domingo, 27 de janeiro de 2013

Li o poema abaixo na Revista Bravo! deste mês, sobre as novas faces de Fernando Pessoa. Gostei e achei-o digno de abrir as postagens do ano, do blog. 
Acho até que ano passado abri as postagens de 2012 com Pessoa =) #PessoaFeelings. 
Tenham um excelente ano, =*

---

"Gosto do ceu porque não creio que elle seja infinito.
Que pode ter comigo o que não começa nem acaba?
Não creio no infinito, não creio na eternidade.
Creio que o espaço começa numa parte e numa parte acaba
E que agora e antes d'isso ha absolutamente nada.
Creio que o tempo tem um princípio e tem um fim.
E que antes e depois d'isso não havia tempo.
Porque ha de ser isto falso? Falso é fallar de infinitos
Como se soubessemos o que são de os podermos entender.
Não: tudo é uma quantidade de cousas.
Tudo é definido, tudo é limitado, tudo é cousas."

Poema inédito e sem título de Alberto Caeiro, transcrito por Jerónimo Pizarro